Como Saber se Você se Enquadra na Lei do Superendividamento: Um Guia Passo a Passo

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A Lei nº 14.181/2021, conhecida como Lei do Superendividamento, foi criada para proteger o consumidor de boa-fé que, mesmo trabalhando e tentando manter suas contas em dia, já não consegue pagar todas as dívidas sem comprometer o básico para viver.

Mas, afinal, como saber se você realmente se enquadra na lei?
Neste guia, você vai entender o passo a passo que usamos para identificar se o seu caso se encaixa nas condições exigidas pela legislação.


🧩 1️⃣ Calcule sua renda líquida

O primeiro passo é entender o quanto você realmente ganha depois dos descontos obrigatórios.

A renda líquida é o valor que sobra do seu salário após:

  • Contribuição para o INSS;
  • Imposto de renda retido na fonte;
  • Parcelas de empréstimos consignados (aqueles descontados direto no contracheque ou benefício).

Esse é o ponto de partida. Não olhe para o valor “bruto” que vem no holerite — olhe para o que realmente entra na conta no fim do mês.


💳 2️⃣ Some os demais compromissos mensais

Agora, inclua no cálculo todas as demais despesas fixas, que impactam seu orçamento:

  • Aluguel ou prestação da moradia;
  • Luz, água, telefone e internet;
  • Transporte e combustível;
  • Alimentação básica;
  • Financiamentos (mesmo que não possam ser repactuados, devem entrar na conta para medir o custo de vida).

Esses valores mostram quanto é necessário para o seu mínimo existencial — o montante mínimo para viver com dignidade, sem abrir mão de alimentação, saúde, moradia e transporte.


⚖️ 3️⃣ Identifique o valor que sobra — e veja onde você se enquadra

Depois de somar tudo, observe quanto sobra da sua renda líquida.
É com base nisso que analisamos se você se enquadra na Lei do Superendividamento:

  • 💰 Até R$ 600,00 livres:forte possibilidade de o juiz deferir o plano de repactuação das dívidas de consumo (como cartões, empréstimos pessoais e consignados).
  • 💰 Entre R$ 600,00 e R$ 1.000,00 livres: é possível a aplicação da lei, mas dependerá da análise do caso concreto e da sensibilidade do juízo.
  • 💰 Acima de R$ 1.000,00 livres: a chance de enquadramento é mais restrita, exigindo uma avaliação técnica mais detalhada para demonstrar que, mesmo assim, o consumidor está em situação de desequilíbrio financeiro.

Cada juiz pode interpretar o conceito de mínimo existencial de forma diferente — e é aí que entra a importância da análise profissional.


📑 4️⃣ Reúna documentos que comprovem sua situação

Para essa avaliação, é importante ter em mãos:

  • Comprovante de renda (holerite, contracheque ou extrato do benefício previdenciário);
  • Comprovantes de despesas mensais (contas de água, luz, aluguel etc.);
  • Extratos de dívidas e contratos bancários;
  • Relatório do Registrato (disponível no site do Banco Central), onde constam todos os empréstimos e financiamentos vinculados ao seu CPF.

Esses documentos ajudam a demonstrar boa-fé e transparência — dois pilares fundamentais para a aplicação da Lei do Superendividamento.


💡 5️⃣ O papel da equipe jurídica nesse processo

A análise de enquadramento não é apenas matemática — é técnica.
É preciso entender que tipo de dívida você tem, quais podem ser repactuadas e como apresentar um plano viável ao juízo.

Uma equipe especializada consegue avaliar o cenário completo:

  • Calcular o real comprometimento da renda;
  • Identificar juros abusivos;
  • Analisar contratos e cobranças indevidas;
  • E elaborar uma proposta de pagamento que respeite o seu mínimo existencial.

O objetivo não é apenas resolver o problema momentâneo, mas reconstruir a sua vida financeira com segurança jurídica.


🧭 6️⃣ Evite conselhos fáceis — e confie na estratégia certa

Quando o assunto é dívida, é comum ouvir de amigos, parentes ou até do gerente do banco que “é só renegociar”.
Mas as renegociações sem estratégia costumam apenas prolongar o problema, criando novas dívidas e aumentando os juros.

O profissional capacitado não te orienta a “fazer acordo a qualquer custo” — ele te ajuda a entender seus direitos, agir dentro da lei e restabelecer o equilíbrio financeiro de forma duradoura.


✅ Conclusão

Saber se você se enquadra na Lei do Superendividamento é o primeiro passo para recuperar o controle da sua vida financeira.
E isso começa com uma análise técnica — não com palpites ou soluções milagrosas.

Nossa equipe está preparada para ajudar nesse levantamento, com base nos seus documentos e na realidade do seu orçamento.
Investir em orientação jurídica é escolher o caminho certo para sair das dívidas com segurança e dignidade.

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