União Estável entre Pessoas do Mesmo Sexo: Direito à Herança e à Partilha de Bens

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Perder um companheiro ou companheira é uma das experiências mais dolorosas da vida. Essa dor, muitas vezes, é agravada pela resistência da família do falecido em reconhecer a relação, especialmente em casos de união estável entre pessoas do mesmo sexo.

Infelizmente, ainda é comum que familiares neguem a existência da união para excluir o parceiro sobrevivente da herança e da partilha de bens. Mas a legislação brasileira e a jurisprudência já reconhecem expressamente que casais homoafetivos têm os mesmos direitos que casais heterossexuais.


União Estável Homoafetiva: O Que Diz a Lei?

Desde 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) consolidou o entendimento de que a união estável entre pessoas do mesmo sexo deve receber a mesma proteção legal conferida às uniões heterossexuais.

Isso significa que, preenchidos os requisitos — convivência pública, contínua, duradoura e com objetivo de constituir família —, a relação homoafetiva é juridicamente reconhecida como união estável.


Quando a Família Não Reconhece a União

É nesse ponto que surgem muitos conflitos: o parceiro sobrevivente fica em uma posição vulnerável, enfrentando não só o luto, mas também disputas patrimoniais.

Sem o reconhecimento formal da união estável, o companheiro pode ser excluído de direitos como:

  • Participar da partilha de bens adquiridos durante a relação;
  • Receber herança como herdeiro necessário;
  • Ter acesso a pensão por morte e benefícios previdenciários.

Nessas situações, muitas vezes é preciso buscar o reconhecimento judicial da união estável post mortem, para garantir que a relação seja formalmente reconhecida e que os direitos patrimoniais sejam respeitados.


A Importância das Provas

O reconhecimento judicial exige provas da convivência como entidade familiar. Alguns exemplos de documentos que fortalecem a comprovação:

  • Contas conjuntas ou movimentações financeiras compartilhadas;
  • Comprovação de residência em comum;
  • Fotografias, mensagens e testemunhas que comprovem a vida em conjunto;
  • Planos de saúde, seguros de vida ou outros benefícios em que o companheiro era incluído.

Esses elementos demonstram ao juiz que havia de fato uma união estável — ainda que nunca tenha sido registrada em cartório.


Direitos Garantidos ao Companheiro Sobrevivente

Uma vez reconhecida a união estável, o companheiro sobrevivente tem direito a:

  • Partilha dos bens adquiridos durante a convivência;
  • Herança na condição de herdeiro necessário;
  • Eventual pensão alimentícia, se comprovada necessidade;
  • Benefícios previdenciários, como a pensão por morte.

Por Que Buscar Apoio de um Advogado de Família?

Em momentos de perda, é difícil enfrentar disputas patrimoniais sozinho. A atuação de um advogado de família é essencial para:

  • Ingressar com ação de reconhecimento e dissolução de união estável post mortem;
  • Reivindicar a partilha de bens;
  • Garantir o acesso à herança e proteger os direitos do companheiro sobrevivente;
  • Orientar quanto a inventário e benefícios previdenciários.

Conclusão

O amor e a construção de uma vida em conjunto não podem ser apagados por disputas familiares. A união estável entre pessoas do mesmo sexo é um direito reconhecido pela lei, e deve ser respeitado em toda sua plenitude.

Se você enfrenta a dor de ter perdido seu companheiro(a) e ainda precisa lutar para que sua união seja reconhecida, saiba que a justiça pode assegurar o que é seu por direito.

👉 A equipe da Bertotti Advogados está preparada para ouvir sua história com sensibilidade, analisar as provas e lutar para garantir o reconhecimento da união estável, a partilha justa dos bens e o acesso à herança.


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