😟 Dor: o imóvel fica parado no nome do falecido
É muito comum: o pai ou a mãe falecem, deixam um imóvel, e os herdeiros dizem:
“Depois a gente inventaria, não precisa correr.”
Enquanto isso, um dos herdeiros continua morando no bem. Ele paga IPTU, cuida da manutenção, faz pequenas reformas e se comporta como dono exclusivo.
Os outros, por comodidade, distância ou confiança, não participam. E o tempo vai passando…
⚠️ Conflito: quando a posse exclusiva vira usucapião
O que poucos sabem é que essa situação pode ser perigosa.
A lei permite que, se um herdeiro ocupa o imóvel sozinho, com ânimo de dono e sem oposição dos demais, por tempo prolongado (10 ou 15 anos, dependendo do caso), ele pode pedir usucapião entre herdeiros.
Isso significa que:
- Mesmo sendo apenas um dos herdeiros, ele pode se tornar proprietário único
- Os demais perdem totalmente o direito sobre o bem
- Tudo isso porque ficaram inertes, sem inventariar ou reclamar a posse
❗ O risco da inércia
A inércia dos herdeiros é um prato cheio para quem ocupa o imóvel sozinho.
A Justiça pode entender que os demais abriram mão do uso e da posse, permitindo ao ocupante regularizar tudo em seu nome.
👉 Resultado: quem acreditava que tinha “sua parte” na herança pode descobrir, tarde demais, que ficou sem nada.
✅ Solução: fazer o inventário e evitar surpresas
O inventário é o procedimento que garante:
- Que todos os herdeiros sejam reconhecidos como coproprietários
- Que nenhum deles se beneficie sozinho da inércia dos outros
- Que a matrícula seja atualizada, impedindo alegações de posse exclusiva
- Que o patrimônio seja partilhado de forma justa e segura
O custo do inventário, muitas vezes visto como alto, não se compara ao prejuízo de perder o imóvel inteiro para um herdeiro mais esperto ou oportunista.
💡 Exemplo prático
Imagine um imóvel avaliado em R$ 400 mil deixado como herança.
Um dos herdeiros passa a morar nele, paga as contas e o IPTU.
Após 10 anos, ele pede usucapião. Se for reconhecido, o imóvel inteiro passa a ser dele.
Os demais herdeiros, que “achavam” que tinham direito a uma parte, ficam de mãos abanando.
Tudo isso poderia ter sido evitado com um inventário feito logo após o falecimento.
📌 Conclusão
Adiar o inventário é abrir espaço para perder tudo.
Um único herdeiro que paga os impostos, mora no imóvel e age como dono pode pedir usucapião entre herdeiros e ficar com o bem.
O custo do inventário é pequeno diante do risco de perder um patrimônio inteiro.
Regularizar agora é garantir justiça e proteção para todos os herdeiros.
Se você tem um imóvel de herança ainda sem inventário, não deixe o tempo trabalhar contra você.
Regularizar é proteger o patrimônio da família e evitar que apenas um herdeiro se beneficie da inércia dos demais.